Aula11a: Introdução ao esquema fatorial, em faixas e parcela subdividida

Equipe de autores: Alcinei Mistico Azevedo; 

 Karla Sabrina Magalhães Andrade Padilha; 

Nermy Ribeiro Valadares;

Rafaela Pereira de Lima; 

Sabrina Maihave Barbosa Ramos.


Aula11a: Introdução ao esquema fatorial, em faixas e parcela subdividida

O objetivo dessa aula é abordar a respeito das peculiaridades dos experimentos conduzidos em esquema fatorial, em faixas e em parcelas subdivididas, evidenciando as diferenças entre os esquemas e introduzindo cada um deles.

A começar pelos experimentos fatoriais pode-se inferir que se trata de um esquema utilizado quando se tem dois ou mais tipos de tratamentos (fatores), e deseja estudar seus efeitos principais e suas interações. Não é considerado um delineamento experimental, mas sim um esquema de análise, podendo ser conduzido no delineamento inteiramente casualizado (DIC), delineamento em blocos casualizados (DBC), delineamento em quadrado latino (DQL), entre outros.

Neste esquema se estuda simultaneamente dois ou mais fatores, cada um deles com dois ou mais níveis. Nos esquemas fatoriais completos os tratamentos são constituídos por todas as combinações entre os níveis dos fatores estudados. Sua principal aplicação é quando se quer saber sobre o efeito de diversos fatores que influenciam na variável estudada e o relacionamento entre eles (interação). Uma vantagem desse esquema é a possibilidade de estudar os principais efeitos dos fatores e suas interações. Em contrapartida, quando se tem mais de dois fatores a interpretação torna-se mais difícil e existe certa inviabilidade no caso de muitos fatores serem avaliados, pois o número de tratamentos torna-se muito alto.

A simbologia comumente usada para experimentos fatoriais é indicar o produto dos níveis dos fatores em teste. Por exemplo 2x4x6 informa que foram testados simultaneamente três fatores, ou seja, um esquema fatorial triplo. O primeiro fator possui 2 níveis, o segundo 4 níveis e o terceiro 6 níveis, totalizando 48 tratamentos. Quando o número de níveis é igual para todos os fatores pode-se utilizar a simbologia NF, em que F é o número de fatores e N é o número de níveis de cada fator.

Um conceito muito importante que deve ser levado em consideração no estudo dos esquemas fatorial é o de Interação. Trata-se do comportamento diferencial dos níveis de um fator em detrimento dos níveis do outro fator. Existem casos em que não  há interação entre os níveis, casos em que há uma interação simples ou ainda os casos de interação complexa.

Para ficar mais claro, veja a figura 1, onde estão apresentadas possibilidades de interações  em um fatorial 2x2, sendo duas cultivares o fator A e duas adubações os níveis do fator B.

Na figura 1a verifica-se um caso em que o comportamento dos níveis do fator A (cultivares) foram iguais com a mudança dos níveis do fator B (Adubação). Neste caso, dizemos que não houve interação.

 

Já na figura 1b verifica-se um comportamento diferencial dos níveis do fator A (cultivares) com a mudança dos níveis do fator B (Adubação). A cultivar 1 teve uma redução de sua produtividade quando se utilizou o adubo B. Já a cultivar 2 teve um aumento em sua produtividade. É esse comportamento diferencial dos níveis de um fator em detrimento dos níveis do outro fator que caracteriza a interação. É importante destacar que neste caso (Figura 1b) não houve mudança do ranqueamento (ordenamento), ou seja, a melhor cultivar para o Adubo 1 foi a mesma de quando se utilizou o Adubo 2.

Na figura 1c também é verificado um comportamento diferencial das cultivares em função da adubação, mas com mudança de ranqueamento. Pois, com o Adubo A teve melhor produtividade para a cultivar 2 e para o adubo B a cultivar 1 foi melhor. Neste caso, quando há mudança no ranqueamento dizemos que a interação é do tipo complexa.

A principal diferença entre os esquemas fatorial, em parcela subdividida e em faixas é a forma como a casualização é realizada. No experimento fatorial é realizada uma única casualização dos tratamentos dentro das parcelas (FA x FB). No esquema em parcelas subdivididas a casualização é dupla: níveis do fator A (primário) nas parcelas e do fator B (secundários) na subparcela. Nos experimentos em faixas, a casualização também é dupla, porém se organiza de forma que a casualização dos níveis do fator A sejam no sentido da linha e do fator B no sentido da coluna.